A caixa de gordura é recomendada para casas, condomínios e estabelecimentos comerciais. Porém, é necessário manutenção!
Acessório indispensável no sistema hidráulico de cozinhas de residências e estabelecimentos comerciais, a caixa de gordura evita o entupimento do encanamento e o mau cheiro.Além disso, ela ajuda a reduzir a poluição do solo e da água. Por todos esses motivos, você precisa de uma!
Todo o líquido que sai da pia ou da máquina de lavar louças desce pelo encanamento e passa pela caixa de gordura antes de ser lançado no sistema de administração pública. Ela fica na parte inferior do cômodo ou no subterrâneo dos condomínios, evitando a quebra das paredes em caso de problemas. É composta de fibra de vidro, PVC, alumínio ou plástico e possui um pouco de água para filtrar o efluente gorduroso, que sai pelo outro lado já sem a presença da gordura. Assim, seu sifão faz a retenção da substância, pois a gordura “boia” na água, impedindo que seja conduzida pela tubulação.
O problema da gordura é que, quando esfria, ela se transforma em um bloco sólido que se fixa nas paredes das tubulações da sua casa ou negócio e nos encanamentos da prefeitura, deixando o espaço para a passagem de esgoto cada vez mais reduzido. Uma hora, esse excesso impede o uso do cano, e acaba provocando entupimento e transbordamento, com o risco de o esgoto voltar para dentro do imóvel.
A Associação Brasileira de Normas técnicas (ABNT) orienta sobre a construção de todos os tipos dessa peça tão importante, indicando o tamanho necessário para cada imóvel. Em uma casa padrão, por exemplo, com duas pias, a caixa de gordura deve ter capacidade mínima para 18 litros e formato retangular ou cilíndrico. O preço varia entre R$ 100 e R$ 200 em lojas especializada, e é um ótimo custo-benefício quando levado em conta que um desentupimento pode chegar a custar dez vezes mais caro!
Bons exemplos
Na cidade de Curitiba as equipes de manutenção pública precisam reparar quase 2000 tubulações obstruídas por gordura todos os meses. O custo para o trabalho é alto e impede que outros serviços importantes sejam feitos. Para reverter a situação, foi criada uma lei que determina a instalação da peça, e agora, o órgão responsável pelo sistema de água e esgoto da cidade espera reduzir o número de imóveis sem o acessório.
Em Guarapuava, no mesmo estado, o órgão tem uma equipe para fiscalizar a instalação correta da caixa de gordura e faz a verificação em parceria com a Vigilância Sanitária em locais como restaurantes, padarias, mercados e açougues. O resultado é um sucesso, pois, atualmente, apenas 10% das desobstruções realizadas são decorrentes da gordura que chega aos encanamentos.
Apesar de ser eficiente, apenas a instalação da caixa de gordura não garante a total prevenção de problemas. Para evitar a sujeira, o fedor, riscos à saúde e invasão de pragas, é preciso fazer a manutenção do acessório a cada seis meses nas residências, de três em três meses em condomínios, dependendo do tamanho e da quantidade de apartamentos disponíveis, e, de preferência, diariamente nos estabelecimentos que manipulam alimentos.
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Você pode fazer a limpeza sozinho ou contratar uma empresa especializada no trabalho, com preços que custam por volta de R$ 200. O serviço não é complicado e leva menos de uma hora para ser completado, mas o mau cheiro pode ser um empecilho para os mais despreparados. Uma vez localizada a caixa, é só tirar a tampa e, com as mãos protegidas, ir retirando a gordura encontrada. Coloque tudo em um saco de lixo reforçado e faça o descarte corretamente. Depois, você precisa passar produtos de limpeza que já possui em casa (a empresa usará produtos específicos para esse uso) e tampar novamente.
Não exagera na gordura
Além de não fazer bem para a saúde, o excesso de gordura é o vilão de uma cozinha limpa e de uma rede de esgoto eficiente. O principal motivo para o entupimento da caixa e a inutilização de águas e solos que poderiam ser bem aproveitados é o descarte inadequado da gordura usada na alimentação, e isso inclui óleo virgem, azeite, óleo de soja, milho e girassol, óleos e gorduras de origem animal e gordura hidrogenada.
O descarte de tudo isso não deve ser feito pelo ralo, pois um litro de óleo pode contaminar até 25 mil litros de água potável. Uma vez em contato com rios e oceanos, a gordura cria uma barreira que dificulta a passagem de luz e a oxigenação da água, comprometendo o equilíbrio ambiental; impermeabiliza o solo para a passagem de água da chuva; contamina o lençol freático e emite gases tóxicos na atmosfera quando se decompõe.
A melhor destinação para os óleos utilizados é a reciclagem, embora apenas 10% dos 500 mil litros descartados por mês no país sejam reciclados. Para isso, depois de fritar a batata ou preparar o bolinho de chuva, tente reaproveitar o óleo para a próxima fritura nos dias seguintes. Se não for possível, espere esfriar e armazene em uma garrafa PET.
Você pode levá-lo a postos de coleta municipais (algumas cidades já contam com esse benefício), entregar para estabelecimentos, ONGs ou vizinhos que produzem sabão, ou deixar com instituições que realizam pesquisas relacionadas ao biodiesel. Se quiser, você pode fabricar o seu próprio sabão para consumo interno; basta misturar água quente com soda cáustica com cuidado e com auxílio de uma colher de madeira, acrescentar a gordura coada e colocar sabão em pó ou detergente para perfumar.